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Gordura no fígado, mais comum do que você imagina e perigoso também

Sabiam que o fígado é capaz de aguentar décadas de agressões sem dar nenhum sintoma de esgotamento? Pois é! Mas isso não significa que ele seja inabalável. Muito pelo contrário: estima-se que 40% dos adultos que moram no Ocidente tenham esteatose hepática não alcoólica, a popular gordura no fígado.
E por ele ser tão "discreto" e silencioso, o acúmulo de gordura se torna um problema mais perigoso do que se imagina. Afinal, como não há queixas, o paciente vive anos sem se preocupar com o que se passa dentro de si, achando que está tudo bem. Mas nesse meio-tempo, o risco de sofrer um ataque cardiovascular, como infarto ou AVC, duplica.
Para piorar, 15% dessas pessoas evoluem para um quadro mais sério chamado esteato-hepatite, quando o fígado é refém de inflamação e lesões e não consegue trabalhar direito. Se nada for feito, um câncer ou uma cirrose são a próxima etapa.
Por tudo isso, é importante correr do excesso de peso, do sedentarismo e de dietas desbalanceadas. Essas 3 coisas fazem com que a quantidade de glicose no sangue suba demais e, com o passar do tempo, esse cenário leva à resistência à insulina, quando o hormônio não consegue mais colocar o açúcar para dentro das células.
Aí, o excesso de glicose vai parar no fígado, onde é transformada em triglicérides, um tipo de gordura. Como o organismo já tem energia de sobra, esses triglicérides ficam armazenados nas células, que se tornam cada vez mais gorduchas. É aí que vem o diagnóstico de esteatose hepática.
Como o problema não dá sintomas, o jeito é apelar aos exames de rotina. Temos 3 opções de exames capazes de flagrá-lo:
Sangue: medição das enzimas ALT e AST (também conhecidas como TGO e TGP). Se elas estiverem elevadas, é sinal de que algo não está bem no fígado.
Ultrassom: nos permite avaliar o estado da glândula e ver se há muita gordura por por ali.
Biópsia: necessária para determinar a gravidade e a extensão do quadro. Porém, é reservada para poucos quadros e não faz parte do diagnóstico da maioria dos casos.
É importante saber que ter um pouco de gordura neste órgão é normal. Mas quando mais de 5 a 10% do fígado é composto por ela, o caso deve ser tratado.
Causas detalhadas do problema:
- Sobrepeso e obesidade
- Hepatites virais (como a hepatite B e a hepatite C)
- Diabetes
- Resistência à insulina
- Triglicérides alto
- Colesterol alto
- Perda ou ganho muito rápidos de peso
- Uso de medicamentos como corticoides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazen e tamoxifeno
- Pessoas com inflamações crônicas do fígado devido a outras doenças
Possíveis sintomas conforme o quadro evolui: fadiga, dor na parte superior direito do abdômen, confusão mental, fezes sem cor, alterações no sono e tremores.
Tratamento
Não há um tratamento específico para a esteatose hepática. Ele varia conforme cada caso, grau e causas da doença. Nesse contexto, o tratamento tem quatro pilares:
- Estilo de vida saudável
- Alimentação equilibrada e saudável
- Prática regular de exercícios físicos
- Suplementos nutricionais específicos
São raros os casos em que há necessidade de medicamentos. Eles podem ajudar, mas precisam ser aliados às mudanças de estilo de vida para tratar na raiz a causa do problema e ter o resultado satisfatório.
Agora que você já sabe os principais pontos desse problema, é só se cuidar, né? Fique de olho e cuide bem do seu corpo!